quinta-feira, 21 de maio de 2015

127 anos sem a escravatura


Na semana em que se comemoram os 127 anos da abolição da escravatura no Brasil (13 de maio de 1888), realizamos diversas atividades relacionadas ao tema, passando por discussões acerca da herança deixada pelo trabalho escravo em nosso país e pela leitura de textos como: o poema "Navio Negreiro", de Castro Alves; e o conto "Zito Makoa da 4ª classe", de Luandino Vieira. Além disso, produzimos cartazes divulgando a data, assistimos trechos do filme "Amistad", que retrata com fidelidade algumas das atrocidades pelas quais os povos escravizados passaram; e realizamos brincadeiras como: "Escravos de Jó" e um jogo da memória composto por palavras utilizadas no texto de Castro Alves.

Seguem abaixo alguns de nossos cartazes, uma carta que escrevemos para Zito Makoa e um breve trecho do poema, sobre o qual discutimos:

Produções da Turma de Literatura 3

Querido Zito,

Nossos nomes são Ana Laura, Cassiano, Gabriella, Hemilly, Hevilly, Hítalo, Hugo, Jamila, Lucas, Raissa e Danilo; e nós queremos ser seus amigos. Você é muito legal e nós achamos que a cor da pele não importa. Mesmo não te conhecendo, a gente sabe que você é uma pessoa muito boa. Nós queremos te ajudar a defender Angola. Por tudo o que você passou, nós também passamos. Achamos o seu amigo Zeca muito legal e gostaríamos que ele também fosse nosso amigo. Que tal a gente se encontrar um dia? Vocês podiam vir para o Brasil.

Amamos vocês do fundo da nossa barriga!

Grande abraço!

Produção coletiva da Turma de Literatura 1

Navio Negreiro - Castro Alves

Canto V

Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! 

Quem são estes desgraçados 
Que não encontram em vós 
Mais que o rir calmo da turba 
Que excita a fúria do algoz? 
Quem são?   Se a estrela se cala, 
Se a vaga à pressa resvala 
Como um cúmplice fugaz, 
Perante a noite confusa... 
Dize-o tu, severa Musa, 
Musa libérrima, audaz!... 

São os filhos do deserto, 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão. 
Ontem simples, fortes, bravos. 
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 

[...]

Confira o poema, na íntegra, em:

sexta-feira, 15 de maio de 2015

desenhando o fOLCLORE


No dia 05 de maio, recebemos uma visita super especial em uma de nossas turmas de criação literária, para o primeiro workshop de ilustração do ano. Pablo Mendonça (arte-educador, músico e ilustrador do grupo Emcantar) foi o responsável pela oficina, durante a qual pudemos conhecer histórias sobre dois personagens do Folclore brasileiro (a Cuca e a Mula-sem-cabeça), além de termos exercitado técnicas para colorir. O trabalho deu continuidade a uma sequência de atividades relacionadas ao Folclore, que contou com brincadeiras e "contação de casos", a respeito de figuras como: o Saci-Pererê, o Lobisomem, a Iara e o Curupira. O tema foi muito estimulante para a turma, que se divertiu em ouvir e narrar histórias, com a cara do nosso povo.




Sobre o assunto, recomendamos a leitura do "Armazém do Folclore", de Ricardo Azevedo, que nos inspirou a começar esse trabalho. Confira abaixo a sinopse da obra:
 
"Riquíssimo depósito de conhecimento humano a respeito da vida e do mundo...", assim Ricardo Azevedo resume o universo de contos, ditados, quadras, brincadeiras com palavras, adivinhas e outras manifestações da cultura do povo brasileiro, a fonte e a raiz de todos os textos do Armazém do Folclore. Com linguagem transparente e iconográfica de rara beleza, este livro dá continuidade ao trabalho de pesquisa que Ricardo vem desenvolvendo desde 1986 e que culminou com o sucesso da obra Meu livro do Folclore.